terça-feira, 18 de abril de 2017

Cordão: Juntas e separadas

imagem extraída do we heart it.
Já critiquei, criei caso, fechei o semblante, desmoronei.
Gritei para ser ouvida, e nem a voz límpida ou embargada de choro, tirou o fato de seres minha mãe.
Teu ventre me carregou confortavelmente durante meses, teu alimento me alimentou, fomos apenas uma, ligadas pelo fio iniciador da vida “ o cordão umbilical”.
Agora desprendida, depois de anos na labuta de separar meu ser do seu, criamos uma relação de comunhão.
Não vê como eu vejo, não tenho seus olhos grudados aos meus. Aprendemos a virar as costas de mãos dadas. Somos duas, e cada uma está tecendo a sua própria jornada. Andressa Giacomini

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Perdão...

Imagem: We heart it

Abrir a porta do perdão, não é esquecer, nem tirar da memória.
Ao contrário, é lembrar, trazer a tona e se apropriar do que foi dito, não dito, amado e odiado,
Carregar como seu. Como parte da sua caminhada.
Sem o gosto amargo da falta, do poderia ter sido, do talvez, e o “se” continuamente exclamado. Poderia, mas não foi.
Não é.
O perdão entra na esfera do aceito, e aceitar não como a isenção de opções, e sim, a compreensão das condições que levaram tal vivência, com suas emoções e afetos.
A perfeição,
A busca pelas escolhas certas, ilude, vira o jogo para o que a existência humana não é, acabada e completa.
Perdoe, pois, somos faltas. Andressa Giacomini

sexta-feira, 31 de março de 2017

Ser no tempo

imagem: we heart it 
De em tempos em tempos, brigo com o tempo.
Puxo seu aspecto espectral. Seguro os fios do relógio firmemente, tentando controlar seu curso natural. O fim.
O “tic tac” demarca, corta os dias entre manhã, tarde , noite e madrugada. Fragmentada distribuo a minha jornada.
O meu curso de vontades nem sempre é compatível com a máquina de marcar os segundos. E vou seguindo, entre o choque de ser dentro do tempo, constituindo a minha existência junto ao mundo que roda, gira, se faz noite e dia.
O cronológico parece gritar, não perca a hora, os segundos estão a passar, a morte está mais próxima.
O fim, companheiro diário, entrelaça meu tempo, deixo-o fazer visita, e se instalar em minha rima. Sou fim, finitude contida no meu tic tac.
 

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