quinta-feira, 23 de abril de 2015

Qual nosso ponto de intersecção?

Estou resgatando minhas impressões de dias avulsos sobre o socializar e o compartilhar.
Venho percebendo um enlatar das pessoas expresso na arquitetura das residências e sucessivamente das cidades. As separações das residências por muros cada vez maiores, cobertos de cercas elétricas divide mundos, colocando uma barreira entre as relações.
Segundo Dunker (2015) na reportagem para o Jornal Folha de São Paulo a "existência é pensada entre muros. Se eu sair do meu muro, eu vou sair para brigar, para quebrar o muro do outro. Não é que o outro esteja fazendo algo com o qual não concordo, ele é de uma dimensão que eu não consigo reconhecer como semelhante à minha".
Sinto falta de empatia no socializar, é um fechamento muito forte em nossas próprias concepções. É como se o medo de nos ferir, acabasse nos protegendo de qualquer tipo de aproximação.
Não estou criticando a forma de possuirmos e dar vida humana aos espaços como certo ou errado, ou generalizando como se a fase atual da existência humana fosse a pior ou a melhor. E sim, observando como essas configurações espaciais acabam transcendendo em nossas relações sociais.
São mundos ocupando os mesmos espaços sem chegar a se afetarem profundamente. É um viver refugiado, amedrontado esperando o pior por vir, e o se colocar no lugar do outro escorre na própria individualização. Não há o reconhecimento do outro como parte importante da existência humana, as trocas e o compartilhar são existentes, porém percebo poucas entregas.
Como no trecho da música do Nero "Estamos fugindo de que ?Estamos fingindo pra que? Pra que tanta proteção?" 
Fiz esse post para expor minhas inquietações no sentido de que se nossa ocupação espacial reflete em nossas formas de socialização, qual nosso ponto de junção com o outro? Qual nossa intersecção?

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