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Tanta aversão a dor, a crises de choro, a dias solitários em um cobertor. O sumiço das relações sociais é insuportável, pois não ficamos lembrados e se não somos lembrados não somos gostados. Gostados por quem?
A dor incomoda, atrapalha o equilíbrio social, gritando que a perfeição não existe. O sorriso estampado é só celebrado todos os dias em fotos nas redes sociais. Quem está por detrás do sorriso delicado é sorridente em todo o estalo do relógio? Vinte e quatro horas por dia? Ano a ano?
Não sei se me engano ou o sofrer inerente à condição humana é evitado.
Tenho medo da busca desenfreada de não sentir, do condicionamento não questionado dos padrões a seguir.
A máquina humana? Não sou uma máquina, tenho momentos de total desconcerto, de desiquilíbrio e é isso que me difere do inanimado. As nuances do ser.
Minha discordância é o fugir de si, do choro que alivia e evidência quanta água somos capazes de carregar. Da dor que ensina a curar feridas e a pensar.
Esconder a dor não a minimiza. Colocar para fora as feridas é aprender a viver com a totalidade de sentimentos da espécie humana. É somar a própria história toda a totalidade de que somos constituídos, de dor, frescor, sorrisos, medos, sonhos...
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