foto by me
Parece que a delicadeza não
chama mais a atenção, vem associada à fragilidade, a incapacidade de suportar
as adversidades. A moda agora é a de demonstrar ser forte, impenetrável pelas
forças alheias.
Talvez, por isso, que as
flores perderam sua vez, e o concreto é o que rege, ele não se mexe, não tem
fluidez. Fica intacto, barra o vento e nos protege do mundo sombrio, das
relações.
Essas classificações são superficiais,
as flores, seres passageiros se vão em apenas dias, porém, suas bases são
raízes fincadas ao chão. A florada é efêmera, e seu tempo de vida se seguir o
fluxo natural é de idas e vindas, de flores e seca.
As flores são frágeis ao
toque, se deixam levar pelo afeto, pelo sentir. Perdem suas pétalas e renascem
em outra estação. Já o concreto, tão certo de sua invulnerabilidade é destruído
por marretadas e se desfaz em pedaços, não tendo a capacidade de por si só
juntar seus pedaços.
Trazendo uma analogia a
existência humana, as vezes sinto que estamos buscando supra homens, seres
corajosos e inabaláveis, que escalam montanhas orgulhosos de suas conquistas
individuais. Esquecendo que mesmo ao escalar uma montanha há o toque com a
rocha, não estamos nunca isolados do mundo..
As mulheres antigamente
símbolos da delicadeza e fragilidade, assumiram uma postura de fortaleza para
alcançarem seu espaço ilusório de igualdade. Revestiram-se de camadas e
esconderam bem lá no fundo seus sentimentos, em uma gaveta que me aterrorizo em
pensar que talvez não encontremos mais a chave que destrave outros sentimentos
e afetos além da super proteção.
Não sou crítica a esta
postura e nem antifeminista, pois esses acontecimentos foram necessários, precisávamos
de voz além da lista de compra, e afazeres do lar.
Meu olhar vai aos polos,
quando apenas uma forma de ser e estar é considerada moralmente aceita. Não
elejo nem essa época melhor nem as anteriores, ambas parecem generalizar.
Aprecio o abraço ao todo, ao ser forte em suas essência, e frágil por deixar-se
embalar pelo mundo.
Delicado para mim, é
aprender a sentir o toque do mundo, não como apenas uma ofensa, ou bulling,
deixar-se envolver por ele, banhar-se pelo homem e outros seres.
Andressa Giacomini
3 comentários:
Um texto que gostei de ler e no geral concordo. Gostei do final que lhe dá "Delicado para mim, é aprender a sentir o toque do mundo, não como apenas uma ofensa, ou bulling, deixar-se envolver por ele, banhar-se pelo homem e outros seres.".
Um beijo.
Muito obrigada por sempre deixar sua opinião aqui.
gostei também :)
obrigada pela visita às minhas pequenas coisas
Postar um comentário