terça-feira, 19 de agosto de 2014

Salvos do lixo: O Poder do Mito- Joseph Campbell


Salvei O Poder do Mito em um lixeira perto da minha casa. Conheci este livro através de uma aula na faculdade, até então não tinha despertado meu interesse, mas depois que o li passei por um processo de transformação.
Vou transcrever as minhas impressões da leitura, talvez o que eu percebi não seja o que o autor quis passar. Porém, o que vale em uma leitura é o  tocar, independente de que forma.
O titulo do livro não me despertou interesse, porque considero socialmente construída a minha visão (nossa) sobre a importância dos mitos na nossa sociedade atual, percebemos os mitos apenas como fantasia, ou seja, uma estória criada para o entretenimento, sem valor propriamente dito. 
Chegamos ao estágio unicamente lógico e físico, como se a existência humana só tivesse importância no plano real, desvendado pelas ciências.
O livro me levou a uma viagem de reconhecimento, ou melhor redescoberta do espiritual, não exclusivamente do religioso. Mas da experiência que transcende a existência das obrigações, dos deveres calculados pelo tempo. O sair de si e transcender para aquilo que é intimamente nosso.
O Poder do Mito me abriu janelas, ampliou minha visão simplista e na narcisista de que somos condicionados a acreditar apenas no saber das ciências. o saber só é relevante quando comprovado matematicamente e empiricamente. O mito traz a aprendizagem pela metáfora, busca a experiência de estar vivo, reconhecendo o eu e o mundo em sua relação.
Volto a salientar não é um livro sobre religiões, e sim a percepção dos mitos durante toda a história humana e sua importância na construção de um ser total.
O livro me estimulou a pensar na entrada dos mitos nas civilizações, como criação e estruturação da convivência coletiva durante a história da humanidade.
Só tenho elogios a esta obra de arte, foi uma leitura transcendente.
Algumas passagens do livro:
" Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que procuramos é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonâncias no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntima, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivo..."

"Eu, tal como me conheço hoje, não sou a forma definitiva do meu ser. Constantemente temos de morrer, de um modo ou de outro, para aquele nível de ser já tingido. "

"... a mitologia não é uma mentira: mitologia é poesia, é algo metafórico. Já se disse, e bem, que a mitologia é a penúltima verdade- penúltima porque a última não pode ser transporta em palavras. Está além das palavras, além das imagens, além da borda limitada da Roda do Devir dos budistas. A mitologia lança a mente para além dessa borda, para aquilo que pode ser conhecido mas não contado. 
O importante é viver a vida em termos de experiência e, portanto, de conhecimento, do mistério intrínseco da vida e do seu próprio mistério.
Isso confere à vida uma nova radiância, uma nova harmonia, um novo esplendor. Pensar em termos mitológicos ajuda-o a ser colocar em acordo com o que há de inevitável neste vale de lágrimas. Você aprende a reconhecer os valores positivos daqueles que aparentam ser os momentos e aspectos negativos da sua vida. A grande questão é saber se você vai dizer, de coração, um sonoro sim ao seu desafio."

Até.

3 comentários:

Anite disse...

Tenho muita vontade de ler este livro, ele está na minha lista e estava em quinto na lista.
Porém após ler seu post fiquei com mais ânsia de ler. Gostei da descrição e das suas fotografias, és demasiada linda.

Amplexos de inverno.

Ana Mattos disse...

Tenho tanta vontade de ler esse livro! Preciso vencer a preguiça e resolver isso já rsrs...

Andressa disse...

Espero que vocês consigam ler. Depois me contem o que acharam da leitura.
Beijos

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