O que me prende a poemas e poesias como já mencionei é a falta de explicação. A fase que me encontro foi poeticamente escrita por Drummond, neste livro.
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O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
Mãos dadas.
É preciso casar João,
é preciso suportar António,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.
Poema da Necessidade.
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Sentimento do mundo.
2 comentários:
Drummond é maravilhoso...
Obrigada pela visita
Abçs
Morrendo de amores por este post, o nome do meu blog é uma homenagem a este livro, que é o meu preferido do Drummond, que é o meu poeta preferido, dentre os poetas preferidos, é uma felicidade encontrar alguém que o leia...
Abraços!
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