domingo, 31 de maio de 2015

Considerações sobre: O resto é silêncio- Erico Verissímo


Quando vi o título "O resto é silêncio", fiquei entusiasmada com mais uma leitura do Erico Veríssimo, com personagens tão humanos e sensíveis. Tenho uma relação de pertencimento, encanto e mistério com os livros dele.
As palavras que utilizei para classificar os livros, são decorrentes nas duas obras do autor para descrever os momentos únicos e significativos dos personagens.
O resto é silêncio conta a história de personagens envolvidos emocionalmente com o suicídio de uma jovem. Após, presenciar tal cena, os mesmos acabam encontrando-se constantemente com o fato em seus dramas diários. 
O afeto que tal acontecimento traz na vida dos personagens é da morte, vivenciada como choque. Colocando diante da  própria finitude.
A história aparentemente simples, desdobra-se cheia de sutilezas e conflitos humanistas. E isso que amo nos livros dele. Erico consegue trazer o humano, e nisso vou descobrindo um pouco mais de mim, coletando recortes.
Me identifiquei com o Gil filho do escritor Tônio. O mesmo vive o dilema de querer aventurar-se no mundo, no relacionamento e ter que deixar sua casa a "torre". O pai como bom contador de histórias, criou dentro de sua residência um ambiente aconchegante, acolhendo sua família e criando a abertura para a família se expressar. 
Gosto muito dessa parte do Gil.
"A paisagem deu-lhe um desejo ansiado e ao mesmo tempo langoroso de viver. Mas viver em muitas partes do mundo ao mesmo tempo. Gozar daquele sol, daquele instante em vários lugares da Terra, conhecer e amar as pessoas mais diferentes- mas tudo isso sem nunca abandonar  a torre e seus habitantes. Abarcar o mundo num abraço...".

Segue outros grifos da obra:
 "Os homens sabiam muito pouco não só uns dos outros. Mas também de si mesmos".

"O globo terrestre parecia dizer. Vejam como a Terra é grande, o Universo muito maior. O mistério da vida é ainda muito, muito maior".

"Havia sobre todas as coisas uma paz tão grande que chegava a ser triste".

"Queria sofrer. Precisava sofrer. Queria um momento de paz sem o menor gozo para os sentidos, paz um relaxamento, sem repouso, paz para mexer nas próprias feridas, paz para sofrer ainda mais".

"Como a gente as vezes perde de vista as pessoas".

Para finalizar, não tenho outra coisa senão recomendar a leitura.

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