Entre tantas mudanças de blogs, cá estou eu novamente
aventurando-me no mundo da blogosfera. Desta vez o foco (até que outra ordem de
motivação surja) é alimentar este espaço com meus textos, resenhas de leituras
e filmes.
Eu poderia resenhar, criticar em um caderno, em folhas
avulsas para treinar a escrita, mas a minha vontade de compartilhar e receber
opiniões é maior do que trancafiar minhas ideias só para mim.
O nome do blog continuará o mesmo, “Retalhos da Rotina”,
já que ainda expressa o que quero disponibilizar aqui, retalhos dos meus
hobbies. Não terão escritos de cunho teórico da psicologia, apenas a minha
percepção sobre minhas atividades rotineiras (ler, escrever e assistir...).
A resenha da vez é sobre o livro A Montanha Mágica de
Thomas Mann. Fico um pouco acanhada em opinar sobre este clássico, devido à
possibilidade de desdobramento que o romance possui e de minha opinião ainda
leiga sobre a profundidade da profecia que Thomas nos presenteou.
A obra foi escrita no início do século XX,período
anterior à segunda Guerra Mundial. O romance relata a experiência do jovem
engenheiro Hans Castorp, que ao visitar seu primo em um sanatório para
tuberculosos nos Alpes suínos, acaba por estender sua estadia de algumas
semanas para anos.
Dentro desse espaço aonde a atividade intelectual era
ativa, Hans depara-se com questionamentos de ordem filosófica tal como o que é
o tempo, e acaba por desprender-se das ordens sociais da planície (sociedade
europeia) e aventurar-se em construir seus próprios ideais.
Os moradores do sanatório vivenciam a passagem do tempo
diferentemente da rotina da sociedade europeia, vinte quatro horas não
apresenta o mesmo significado na planície como nas montanhas. Os moradores
do sanatório vivenciam a passagem do tempo diferentemente da rotina da
sociedade europeia, vinte quatro horas não apresenta o mesmo significado na
planície como nas montanhas. Porém, mesmo com a eclosão de história e
filosofia, a obra aborda a vivência de seres humanos, como os mesmos estão
emaranhados nos movimentos sociais e intelectuais, e como significam essa
realidade.
Para ser sincera demorei um ano para ler o livro, não por
ser chato, mas a leitura exigiu de mim momentos de pausa, de distanciamento e
retorno. Não foi uma leitura fácil, mas seu afeto estimulou-me a prosseguir.
E na verdade o que é o tempo, como o autor começa, uma
pessoa pode ler essa obra em apenas sete dias ou demorar muito tempo, o que
importa é o que extrair dela.
Captei alguns pontos da obra e vários outros escaparam da
minha percepção, por isso sinto a vontade daqui a alguns anos reler o livro e
experimentar o que mudou desde então.
Por fim, dentre tantos grifos que fiz, este capta o quão
envolvidos somos no nosso tempo, somos seres históricos e isso que Hans acaba
vivenciando dentro do sanatório, antes de adentrar na guerra.
“O homem não vive somente a sua vida individual,
consciente ou inconscientemente participa também da vida de sua época e dos
seus contemporâneos”. Pg,52
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