quinta-feira, 3 de março de 2016

Minhas considerações: A montanha mágica- Thomas Mann


Entre tantas mudanças de blogs, cá estou eu novamente aventurando-me no mundo da blogosfera. Desta vez o foco (até que outra ordem de motivação surja) é alimentar este espaço com meus textos, resenhas de leituras e filmes.
Eu poderia resenhar, criticar em um caderno, em folhas avulsas para treinar a escrita, mas a minha vontade de compartilhar e receber opiniões é maior do que trancafiar minhas ideias só para mim.
O nome do blog continuará o mesmo, “Retalhos da Rotina”, já que ainda expressa o que quero disponibilizar aqui, retalhos dos meus hobbies. Não terão escritos de cunho teórico da psicologia, apenas a minha percepção sobre minhas atividades rotineiras (ler, escrever e assistir...).

A resenha da vez é sobre o livro A Montanha Mágica de Thomas Mann. Fico um pouco acanhada em opinar sobre este clássico, devido à possibilidade de desdobramento que o romance possui e de minha opinião ainda leiga sobre a profundidade da profecia que Thomas nos presenteou.
A obra foi escrita no início do século XX,período anterior à segunda Guerra Mundial. O romance relata a experiência do jovem engenheiro Hans Castorp, que ao visitar seu primo em um sanatório para tuberculosos nos Alpes suínos, acaba por estender sua estadia de algumas semanas para anos.
Dentro desse espaço aonde a atividade intelectual era ativa, Hans depara-se com questionamentos de ordem filosófica tal como o que é o tempo, e acaba por desprender-se das ordens sociais da planície (sociedade europeia) e aventurar-se em construir seus próprios ideais.
Os moradores do sanatório vivenciam a passagem do tempo diferentemente da rotina da sociedade europeia, vinte quatro horas não apresenta o mesmo significado na planície como nas montanhas. Os moradores do sanatório vivenciam a passagem do tempo diferentemente da rotina da sociedade europeia, vinte quatro horas não apresenta o mesmo significado na planície como nas montanhas. Porém, mesmo com a eclosão de história e filosofia, a obra aborda a vivência de seres humanos, como os mesmos estão emaranhados nos movimentos sociais e intelectuais, e como significam essa realidade.
Thomas Mann conseguiu captar neste romance o choque que uma crise de ideias gera na sociedade, a dualidade de pensamentos. A obra pode ser compreendida também na nossa sociedade atual, onde a cada momento uma nova opinião surge e rompe com a anterior.
Para ser sincera demorei um ano para ler o livro, não por ser chato, mas a leitura exigiu de mim momentos de pausa, de distanciamento e retorno. Não foi uma leitura fácil, mas seu afeto estimulou-me a prosseguir.
E na verdade o que é o tempo, como o autor começa, uma pessoa pode ler essa obra em apenas sete dias ou demorar muito tempo, o que importa é o que extrair dela.
Captei alguns pontos da obra e vários outros escaparam da minha percepção, por isso sinto a vontade daqui a alguns anos reler o livro e experimentar o que mudou desde então.
Por fim, dentre tantos grifos que fiz, este capta o quão envolvidos somos no nosso tempo, somos seres históricos e isso que Hans acaba vivenciando dentro do sanatório, antes de adentrar na guerra.


“O homem não vive somente a sua vida individual, consciente ou inconscientemente participa também da vida de sua época e dos seus contemporâneos”. Pg,52

0 comentários:

Postar um comentário

 

Template by Best Web Hosting