foto by me
Gosto de procurar sutilezas escondidas no mundo, como em cenas de filmes em que cada detalhe é de tamanha sensibilidade.Meus olhos buscam e captam a imagem que me toca profundamente, o céu cor de rosa, um bando de pássaros ao entardecer, uma árvore recheada de flores, ou o próprio sol a se esconder entre as nuvens. O incrível é que o mundo real é cheio de detalhes lindos, esperando para serem olhados e sentido.
Ouvi um pensamento interessante sobre a substituição das janelas pelas televisões. Penso que o homem está se condicionando a olhar dentro da caixinha, como se só lá dentro o mundo existisse. E a janela que simbolizava a abertura para o mundo exterior perdeu sua validade em uma sociedade pronta.
Não sou contra televisões, celulares ou qualquer outra tecnologia. Mas, acredito no poder de retornarmos a observar o mundo lá fora, não apenas captado por um aparelho eletrônico e sim filtrado por nossos olhos e todos os órgãos do sentido.
Perceber a mesma situação ou fenômeno como novo. Olhar o mundo de forma aberta para sentir o presente e não com os olhos viciados na rotina ( na mesma rua, no mesmo caminho da quitanda) , traz a magia perdida nos dias de hoje. Não somos mais surpreendidos, não sentimos a estranheza.
Abrir o corpo, os poros para as vivências discretas que nos acompanham em todos os instantes, estar disposto a presenciar e interagir com o meio, nos coloca como parte do todo, das plantas, dos animais, dos homens, amplamente do universo. E não como um ser superior que se relaciona com o mundo pela exploração e individualismo, e sim em uma relação igualitária.
5 comentários:
Concordo em gênero, número e grau. :) Vou tentar aproveitar o feriado pra viver um pouco disso!
ah... sabe, entrei em dias bem hardcore nos últimos tempos, problemas até o pescoço e tal, aí comecei a dar um ar pra mente, experimentar o mundo, assim, como tu descreveu, e as coisas começaram a desenrolar bem...mas cai na tentação do isolamento e tudo despencou outra vez, acho que é disso que preciso, me permitir este olhar, espairecer.
boas palavras, querida :D
xoxo
que delícia de texto : ) aqui onde moro sofro bastante com o individualismo das pessoas. Brasília foi criada com praticamente esse intuito e é muito ruim não ter esse contato tão importante com a vida de outras pessoas, sair e aproveitar o ar livro, aproveitar a companhia das pessoas... bem complicado.
beijos
Seu texto veio em boa hora, porque estou em uma fase que priorizo muito mais o mundo lá fora do que o mundo dentro da caixinha, principalmente agora que eu e minha família decidimos construir uma casa em um terreno perto de um rio, que temos há anos e não estamos usufruindo dele. Percebemos que nosso lar é no campo, perto da natureza, do rio, dos animais e um pouco fora da cidade. Tem tantas belezas nesse mundo que as pessoas esquecem e não percebem. Ficam maravilhadas com as florestas dos filmes, e às vezes temos essa beleza bem do lado de casa e nem sabemos. Andamos na rua sem nem observas as flores que conseguem crescer até mesmo no meio do asfalto, quando tem uma rachadura. Não percebemos as árvores dançando com o vento. Mas, quando percebemos, nossa vida muda. A admiração pelo mundo é algo lindo, confortante e especial. É uma pena que muita gente não tenha isso dentro de si.
Tatsiology
Obrigada pessoal, é muito bom saber que meu texto tocou vocês em algum sentido. <3
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